A turma Oficina de Música do turno da tarde recebeu a visita da percussionista e doutoranda em etnomusicologia Abby Rehard (EUA).
Ela trouxe alguns exemplares de um instrumento tradicional do Zimbábue chamado mbira.
A mbira assim como a kalimba, possui lâminas de metal presas a sua estrutura de madeira, porém, diferente do timbre que geralmente conhecemos da kalimba – sutil, quase como sons de água – nas mbiras africanas, o timbre é bastante peculiar.
Acoplada a sua estrutura existem pequenos objetos e metais que vibram com a vibração da lâmina, produzindo assim sua sonoridade característica: o som cristalino da lâmina de metal misturado à sonoridade dos chiados dos objetos em atrito com o corpo do instrumento.
Duas sonoridades, que no nosso mundo sonoro, colocamos muitas vezes em oposição e contraste, mas que, para os ouvidos da cultura tradicional da mbira, são indissociáveis.
As crianças, que nunca haviam escutado e tocado em uma mbira, sentaram em círculo e foram cada uma experimentando como produzir os sons.
Aos poucos, foram abrindo suas escutas, percebendo e compreendendo o que escutavam.
“Esse som treme!”, disse um aluno, “parece uma marimba misturada com a caixa da bateria, os dois ao mesmo tempo”, outra falou.
Abby então explicou que a mbira é um instrumento sagrado e, dentro da sua tradição, esses sons são conhecidos por chamarem os espíritos.
A Oficina de Música pretende abordar a aprendizagem de música para além de uma só ideia de música.
É uma oficina de sons, que provoca novos modos de escuta e contato com outros mundos sonoros.
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